Fotografar a água. Ta aí uma atividade que pode dar
asas a nossa imaginação, tantas as possibilidades. De um simples reflexo
espelhado na superfície de uma pequena poça d'água ao final da tarde, até a
imponência de uma grande cachoeira, ou a
superfície de um oceano... Inúmeras são as possibilidades e resultados,
dependendo daquilo que queremos, do cenário e do material que temos para trabalhar.
Explico. Quando saímos para fotografar, tanto
podemos nos deparar com a tal poça d'água em nosso caminho, que
podemos enquadrar com um zoom, por exemplo, como podemos estar diante de um
quadro onde a água ocupa toda a área da imagem ou é uma das partes integrantes,
ocupando variáveis quantidades de espaços, mas contribuindo decisivamente para
aumentar o impacto da mesma.
Se estivermos diante de uma cachoeira, e tivermos à
mão um tripé e uma câmera manual, podemos optar por congelar a água ou deixá-la
"escorrer pela foto", produzindo aquele efeito enevoado, ou
"borrado", tão presentes em calendários de paisagens e livros
de imagens de natureza. Para obter o efeito "borrado", precisamos
usar uma velocidade baixa, de modo a permitir que nossa "modelo", ou
seja, a água, escorra diante da objetiva aberta, borrando a porção da imagem
que está em movimento. A mesma coisa para riachos, que eventualmente ficam
muito bem quando "borrados". Portanto, se optamos por uma velocidade
baixa, precisamos compensar a exposição do filme, diminuindo a abertura no diafragma
da objetiva, para permitir que a luz entre durante um tempo maior.
Inversamente, se optamos por congelar a água
naquele exato momento, teremos de usar velocidades altas, e consequentemente
uma abertura grande, de forma que a película possa gravar a imagem que queremos
muito rapidamente, não permitindo que a "modelo" se mova no exato
momento do clic.
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